Mais uma vez, a evolução da tecnologia se torna uma aliada em procedimentos de saúde. Nesta segunda-feira (22), foi realizada uma cirurgia robótica de cabeça e pescoço, procedimento inédito no interior do Estado do Rio de Janeiro. Graças à evolução dos equipamentos e às técnicas avançadas de profissionais atualizados e bem preparados, um tumor de aproximadamente três centímetros foi retirado de uma região bastante delicada, abaixo da garganta, de uma paciente com mais de 50 anos, de maneira pouco invasiva.

Segundo o cirurgião de cabeça e pescoço do Grupo Imne Raphael Sepulcri, este procedimento tem inúmeras vantagens para o paciente.

“Essa é uma cirurgia robótica para remover um tumor na base da língua de uma paciente. É a primeira realizada aqui no hospital e também na região nesta especialidade, pois este tipo de procedimento é mais comum nas capitais. São inúmeras vantagens para o paciente. Primeiro, que a gente consegue acessar melhor o tumor, até por ser uma área bastante delicada e, além disso, conseguimos retirar o tumor com a maior segurança e com menos morbidade para o paciente. Também é importante citar que o pós-cirúrgico é bem melhor para recuperação e cicatrização do paciente”, explicou o especialista.

O médico Ullyanov Toscano, que é Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e também cirurgião de cabeça e pescoço, auxiliou o Dr. Raphael na cirurgia com o intuito de ajudar a introduzir a técnica. Segundo ele, a robótica na área de cabeça e pescoço veio para ficar, especialmente pelos benefícios que ela oferece.

“Para ficar claro: no caso de uma lesão como desta paciente que operamos hoje, antigamente, para retirar, teria que ser feito um procedimento que se chamava mandibulectomia, o que significa serrar a mandíbula. Uma cirurgia enorme, que poderia durar de seis a oito horas. Hoje, com o robô, ele consegue acessar o local com delicadeza, tudo através da cavidade oral e o tempo de duração é de, em média, uma hora. Então, os resultados também são os melhores para o paciente.”, explicou ele, destacando ainda que esse tipo de máquina utilizada no procedimento como de hoje só está disponível em grandes hospitais.

Perfil de pacientes com câncer de cabeça e pescoço

De acordo com Raphael Sepulcri, o câncer nesta área tem vários fatores relacionados aos hábitos de vida. 

“O principal fator é o etiológico e o tabagismo. E se juntar o tabagismo e o etilismo, as chances aumentam em 100 vezes. Geralmente, o público mais acometido é do sexo masculino porque é quem faz o abuso maior dessas substâncias, tanto do cigarro quanto o álcool, com idade entre 50 e 60 anos. Também há outro fator importante a ser mencionado, relacionado a esse tipo de lesão na base da língua e da amígdala, que está ligado ao vírus HPV”, contou.

Outra informação citada pelo médico e que tem preocupado os profissionais de saúde é o uso cada vez maior dos cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes.

“Já estão sendo divulgados estudos que relacionam o uso do vape a problemas respiratórios e até a esse tipo de câncer. A Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço tem feito vários alertas sobre o cigarro eletrônico, que é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas mesmo assim tem sido bastante utilizado”, alertou o cirurgião Raphael Sepulcri.

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